Via @correio.braziliense | O relator da CPI do Crime Organizado, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), criticou, nesta terça-feira (9/12), durante audiência com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a atuação de autoridades que, segundo ele, mantêm relações próximas com investigados por crimes financeiros. Para o parlamentar, o crime organizado se articula em altos postos da República, e não apenas nas periferias.
Vieira argumentou que há uma “infiltração evidente” de organizações criminosas nos Poderes, especialmente em Brasília. “O crime organizado não é o preto pobre armado na favela, isso é o sintoma. O crime organizado é aquilo que a gente vê aqui, infiltrado em gabinetes e escritórios”, afirmou o senador, chamando atenção para casos de lobby e de venda de acesso político.
Sem citar nomes, o parlamentar fez referência ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que viajou recentemente em um jato particular ao lado do advogado de um investigado no caso Banco Master, do qual Toffoli se tornou relator no STF. “Temos ministros que acham normal, cotidiano, caronas em jatinhos pagos pelo crime organizado. O sujeito vai a um evento de luxo pago pelo crime organizado e volta para julgar uma ação na Corte Superior”, declarou.
O magistrado embarcou em aeronave do empresário Luiz Oswaldo Pastore rumo à final da Libertadores, em Lima, viagem acompanhada pelo advogado Augusto Arruda Botelho, defensor de um dos executivos do Banco Master. Para Vieira, há um “ponto de infiltração claro” nessas relações entre poder econômico e autoridades públicas.
Lewandowski evitou comentar o caso diretamente, mas condenou “qualquer desvio ético” e defendeu mecanismos mais rígidos de controle sobre o financiamento eleitoral. “É preciso maior fiscalização desses fundos bilionários. Inclusive, já aventei a criação de um tribunal de contas específico para acompanhar esses recursos”, afirmou o ministro.
A contundência das declarações gerou reação no colegiado. O senador Marcos do Val (Podemos-ES) pediu que Vieira esclarecesse a fala para não generalizar os 81 senadores. O relator reforçou a crítica, afirmando que ela se dirige aos parlamentares que atuam em defesa de interesses ligados a esquemas criminosos. “Quem trabalha para bet é financiado pelo crime organizado. Quem faz lobby para banco que rouba aposentado também é financiado pelo crime organizado”, concluiu.
Por Alícia Bernardes
Fonte: @correio.braziliense
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