Quando se trata de resolver questões legais, nem sempre é viável recorrer imediatamente aos tribunais. O processo judicial pode ser complexo e dispendioso, tornando-se uma opção menos atrativa para aqueles que buscam uma solução rápida para um conflito.
Nesse contexto, a notificação extrajudicial surge como uma alternativa eficaz para resolver disputas sem recorrer aos procedimentos judiciais como primeira medida.
Vamos explorar neste artigo como redigir uma notificação extrajudicial. No entanto, antes de entrarmos nos detalhes do processo, é importante entender exatamente o que esse procedimento implica.
O que é Notificação Extrajudicial?
Uma notificação extrajudicial é um documento utilizado para exigir que alguém cumpra uma obrigação ou pague uma dívida, independentemente do valor ou da natureza do débito.
Essa notificação pode ser utilizada posteriormente em um processo judicial como prova de que o devedor estava ciente de sua obrigação para com o remetente da notificação.
É fundamental distinguir entre uma notificação judicial e uma notificação extrajudicial, ambas reconhecidas pelo artigo 726 do novo Código de Processo Civil, de 2015.
Diferenças entre Notificação Extrajudicial e Notificação Judicial
A principal diferença entre uma notificação extrajudicial e uma notificação judicial é que a primeira é um procedimento externo aos processos oficiais do tribunal, geralmente realizado antes da instauração de uma ação. Por outro lado, a carta judicial envolve o Poder Judiciário como intermediário e acarreta custos para todas as partes envolvidas, além de demandar mais tempo para ser concluída.
A notificação extrajudicial precede o processo propriamente dito, servindo como uma tentativa prévia de formalizar o conhecimento, por parte do devedor, de suas obrigações e, possivelmente, resolver a questão sem a necessidade de litígio.
Esse método de resolução de conflitos de forma mais amigável pode ser aplicado para uma variedade de propósitos, evitando um processo judicial longo e oneroso. Alguns exemplos incluem:
Solicitar o cancelamento de um serviço; Cobrar o pagamento de dívidas vencidas; Exigir a desocupação de um imóvel; Denunciar o uso indevido de uma marca registrada; Solicitar a devolução de documentos em posse de terceiros; Requerer o cumprimento de cláusulas contratuais inadimplidas, entre outros. A notificação extrajudicial pode ser crucial caso um processo seja iniciado, pois representa uma prova legal de que o remetente tentou uma conciliação amigável entre as partes. Portanto, é aconselhável considerar esse caminho antes de recorrer ao tribunal.
Preparando uma Notificação Extrajudicial
É importante observar que qualquer pessoa pode ser tanto remetente quanto destinatário de uma carta extrajudicial, sem distinção entre pessoas físicas ou jurídicas. No entanto, é recomendável (embora não obrigatório) contratar um advogado especializado para redigir o documento de forma adequada.
Quanto à documentação necessária, não há um padrão estabelecido para as notificações extrajudiciais. No entanto, é essencial que o documento esteja assinado e contenha todas as informações de identificação das partes envolvidas, como nome, documento de identidade, CPF/CNPJ e endereço.
Embora não haja uma estrutura definida pelo Código de Processo Civil, algumas informações devem estar presentes na notificação, tais como:
Identificação: todas as informações relevantes sobre o remetente e o destinatário, incluindo documentos de identificação e endereços. Quaisquer erros nessa seção podem comprometer a validade da notificação. Narrativa: é necessário explicar os motivos que levaram à emissão da carta extrajudicial. Descreva de forma objetiva o descumprimento por parte do destinatário e detalhe as cláusulas do contrato que foram violadas. Pedido: como remetente, deixe claro qual é o objetivo da carta. Se for uma cobrança de dívida, por exemplo, especifique como o destinatário pode efetuar o pagamento, incluindo prazos e formas de pagamento. Consequências: também é importante informar quais serão as consequências caso o destinatário não regularize sua situação. Essas penalidades devem estar previstas na legislação e podem ser aplicadas em uma ação judicial posteriormente, caso a abordagem amigável não surta efeito. Apesar de não haver um formato padrão a ser seguido, a linguagem utilizada na carta não deve ser inadequada, desrespeitosa ou infringir a legislação.
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Uma carta extrajudicial pode ser uma ferramenta valiosa para resolver disputas de forma rápida e eficaz, sem a necessidade de recorrer ao sistema judicial. Ao seguir as diretrizes adequadas e buscar assistência profissional, é possível utilizar esse recurso para alcançar uma solução satisfatória para ambas as partes envolvidas, evitando assim os custos e as complicações associados aos processos judiciais tradicionais.